Alunos do Fundamental 2 participam de aulão sobre a África

Unidade: Rio de Janeiro | 4 Dec 2016

Neste ano, com base no projeto anual da escola – O conhecimento de si mesmo: essencial para o entendimento global –, a literatura africana de língua portuguesa foi escolhida para ser trabalhada  em sala de aula.  O objetivo era estabelecer uma aproximação histórica, cultural e linguística entre o Brasil e alguns países africanos falantes de língua portuguesa, como Angola e Moçambique. Por isso, foram lidas, nas quatro séries do Ensino Fundamental 2, obras do angolano Ondjaki e do moçambicano Mia Couto.

Por serem escritos em língua portuguesa, as obras não necessitaram de tradução para a leitura em sala. Dessa maneira, os alunos puderam vivenciar a variação linguística, precisando, por vezes, recorrer ao glossário para compreender algumas palavras. Nesse sentido, confirma-se, por toda a riqueza linguística, histórica e sociocultural, a intenção de que as aulas de Português alcancem a construção de uma reflexão linguística e social que vá muito além da gramática. Para isso, acreditamos que

“A língua é parte de nós mesmos, de nossa identidade cultural, histórica, social. É por meio dela que nos socializamos, que interagimos, que desenvolvemos nosso sentimento de pertencimento a um grupo, a uma comunidade. É a língua que nos faz sentir pertencendo a um espaço. É ela que confirma nossa declaração: eu sou daqui. Falar, escutar, ler, escrever reafirma, cada vez, nossa condição de gente, de pessoa histórica, situada em um tempo e um espaço. Além disso, a língua mexe com valores. Mobiliza crenças. Institui e reforça poderes.”

(ANTUNES, Irandé – Muito além da gramática)

Por isso, por perceber a riqueza das obras, surgiu a organização do Aulão sobre a África, envolvendo as disciplinas de Artes, Geografia, História, Língua Portuguesa e Literatura. O resultado foi um belíssimo dia de integração entre as turmas e os professores na certeza de que a assimilação do conhecimento deve acontecer no diálogo, na integração, na transdisciplinaridade. Por isso, o Aulão equilibrou momentos de estudo do continente africano no que se refere à sua riqueza artística, geográfica, histórica, linguística e literária.

Depois das atividades teóricas e práticas com os alunos, o restaurante da escola ofertou a todos uma sobremesa comumente consumida em Angola: um delicioso doce de batata doce polvilhado com açúcar e canela. Isso, sem dúvida, permitiu que o dia terminasse de um modo bastante prazeroso, enriquecendo a vivência em grupo.