Uma das grandes preocupações das famílias diz respeito à saúde e à nutrição de seus filhos. Ao contrário do que muitos pensam, ofertar à criança um prato colorido e balanceado não é suficiente para que ela aprenda a se alimentar bem e valorizar uma alimentação saudável.
A Nutrição integrada a valores biológicos, sociais, geográficos e culturais compõem a boa alimentação. Nesse sentido, tanto a família quanto a escola são de suma importância. No momento de preparo e consumo da refeição que são criadas as memórias afetivas, segundo a nutricionista do Colégio Shirlei de Jesus.
Cozinhar em casa e envolver as crianças nessa demanda doméstica, são formas de abrir bocas e corações infantis para alimentos e hábitos mais saudáveis. Além de ser uma alternativa salutar, também o é para o bolso.
Comer bem é algo que se aprende na infância por meio do exemplo, da convivência, do envolvimento e de uma rotina alimentar permeada de alimentos frescos e nutritivos. Tanto os pais quanto os educadores podem influenciar as crianças, sendo exemplos.
Sabemos que, com a vida corrida das cidades grandes, o tempo de convivência entre pais e filhos, embora fundamental para um desenvolvimento infantil saudável, está cada vez mais escasso. Muitas vezes, a solução para se ganhar tempo encontra-se no preparo de alimentos congelados e bastante industrializados. Com isso, a incidência de obesidade, hipertensão, síndrome metabólica, câncer, diabetes e tantas outras aumentam a cada dia esse público. É por isso que para auxiliar os pais nessa importante missão de nutrir, nossa escola prepara todos os dias alimentos fresquinhos para servir aos nossos alunos.
A importância do Comer junto: presença e afeto para prevenir distúrbios alimentares
O momento das refeições pode e deve ser um espaço para troca e conversa com os filhos. Por meio dessa convivência, contribui-se, também, para a prevenção de distúrbios e transtornos alimentares. O comportamento das crianças, inclusive em relação à alimentação, reflete o convívio familiar, por exemplo:
“Se a criança come escondido, provavelmente o momento da refeição não é algo tão prazeroso quanto deveria ser, além de se sentir cheia de culpa. Muitos pensam que estão ajudando o filho ao gritar, brigar, obrigá-lo a comer algo. Na verdade, podem estar contribuindo para que a criança desenvolva uma relação disfuncional com a comida, explica a nutricionista.
Outra situação observada é a recusa de alimentos, o medo de experimentar o novo, devido muitas vezes à monotonia alimentar. Segundo a nutricionista, crianças têm suas fases de recusa e descobrimento. É normal recusar até 15 vezes um alimento para depois aceitá-lo, portanto, fique tranquilo e lembre-se de que o importante é não desistir, mas sim investir em incentivo para gerar sempre uma relação de confiança, amor e carinho.
Nossa nutricionista ressalta a importância da escuta ativa e da presença real daqueles que participam dos momentos das refeições. “Celulares, tablets e TV roubam a cena. Com isso, não damos mais atenção às pessoas que estão à nossa volta, tampouco à refeição que está à mesa”.
Além do dano afetivo causado pela falta de presença real dos pais nas refeições, a falta de atenção ao ato de comer também pode trazer prejuízos, pois perde-se o controle fisiológico de fome e saciedade. Isso porque é nosso cérebro que produz essa percepção. Quando não há atenção ao ato de comer, perdemos esses mecanismos naturais. Ao se alimentar, é necessário olhar para a refeição, visualizar suas cores, sentir seu aroma, mastigar e sentir as suas diversas texturas.
Como introduzir uma nova dinâmica dentro de casa?
Não existe solução mágica, a resposta passa por ter paciência, carinho e afeto. Por isso incentive seu filho a experimentar novos alimentos e deixe-o brincar com a comida.
Além disso faça preparações em família, leve-o à feira para escolher e conhecer comida de verdade, procurando preparar pratos mais bonitos de se ver.
Para mudar sua rotina familiar e preenchê-la de mais momentos de troca com as crianças e hábitos mais saudáveis, inspire-se na rotina da escola. Estamos desenvolvendo várias atividades que incentive à alimentação saudável na escola. Entre elas: gotas de nutrição (bate papo diário com os alunos de 10min) e nutrindo histórias.
Em momentos de educação nutricional, nossos professores incentivaram seus filhos com a seguinte frase: Quem se alimenta bem, saúde tem!
Nosso lema de hoje é: Desembale menos, descasque mais.
Até nosso próximo texto.