Pedagogia Logosófica: Ensino com Felicidade

Autor(a): Marise Alencar
Docente da Unidade Funcionários

Ao observar uma criança colocando a inteligência a serviço do aprender e do conhecer, percebo alegria e prazer brotando de seu mundo interno. Como educadora, já flagrei muitos alunos vibrando com seus resultados, alegres com a leitura de um texto ou com a escrita de uma palavra. Dá para sentir, no seu esforço mental, um sorriso de gratidão a si mesmos por terem conseguido alcançar algo tão importante.

Pensar. Para que será que Deus dotou o homem de tal faculdade? E sentir? Por que será que temos esta prerrogativa?

Sempre que me deparo com estas inquietações, me encanto com o que a Pedagogia Logosófica propõe para a educação.

A proposta é que aprendamos os verdadeiros conceitos que vão formando o nosso patrimônio interno a respeito de Deus, do homem, da vida, da criação, e que conheçamos os recursos que existem dentro de cada um de nós. Fazer com que, desde cedo, a pessoa aprenda sobre os pensamentos que possui, sobre seus sentimentos, seus valores. E, à medida que vai crescendo, pode, por própria vontade, mudar sua vida, cambiar condutas e dar de si algo melhor para a humanidade.

O trabalho pedagógico, neste caso, para ser efetivo, se pauta no exemplo do docente que, como estudante desta mesma pedagogia, a aplica primeiro a si mesmo para, depois, apresentar os frutos de seus esforços e realizações. Uma parte fundamental deste processo é constituída pela família, como especialíssimo campo experimental que é, onde filhos e pais aprendem e ensinam.

Daí, prossigo em minhas reflexões: o que mesmo malogra os propósitos das pessoas e as impede de melhorar?

Venho descobrindo, em experiências do dia a dia, que a função verdadeira do pensar e do sentir é tornar-nos mais livres: internamente mais livres! Quando olho ao meu redor e penso sobre as causas de qualquer acontecimento indesejável, vejo quanto os meus erros e os da humanidade estão ligados intimamente ao não-saber utilizar o que temos “por dentro”. Quando penso, sou capaz de criar meu próprio conceito a respeito das coisas, fatos e pessoas. Não fico tão sujeita a imitar e reproduzir pensamentos que há muito estão no mundo e que entorpecem as faculdades da inteligência.

É inegável quanto o homem pensou para desenvolver técnicas e formas de melhorar a vida material. É um sem-número de idéias que facilitam a nossa vida. Mas, e o próprio ser humano? Como pode superar-se, se não usa o que possui em seu mundo interno, para saber o que tem a seu favor ou contra si?

Pensar e sentir são prerrogativas exclusivas da espécie humana. Para ser humano, em seu sentido verdadeiro, é preciso aprender e... saber!

Neste momento, volto a recordar-me das crianças ávidas por respostas, por conhecimentos e cheias de perguntas.. São seres com um futuro e uma imensa possibilidade de aprender a pensar e a sentir em melhores condições.

Pensar para quê? Sentir para quê?

A resposta que hoje formulo, posso assim resumi-la: para ser melhor em tudo e, aprendendo com felicidade, conquistar a verdadeira condição de SER HUMANO.